sexta-feira, 1 de abril de 2011

Afinal, de quem ter medo ?

Antes de começar a digitar esse texto tentei assimilar tudo na minha cabeça, estou comentando das cenas que vejo na TV e dos comentários na rua que ouço no dia-a-dia a respeito das autoridades do meu país. Quando era criança admirava algumas profissões, achava muito interessante o profissional exercendo seu papel, e idolatrava os defensores do povo, na verdade ainda idolatro, e não vou deixar de fazer isso agora, na verdade nem pretendo, a menos que eu morra.
Quanto comecei a estudar no primeiro ano do colegial os meus professores ensinavam o português, a geografia, a ciência e etc. Na minha família meus pais educavam o meu comportamento, meu modo de ver a sociedade e de me ver perante a ela. Me tornei adolescente e hoje tenho 18 anos de idade, fase essa das descobertas, das curiosidades, da juventude. Moro em Manaus e vi duas noticias circularem pelo país a respeito da segurança pública do meu estado, considerado um verdadeiro descaso, uma falta de respeito à vida e a dignidade humana. Dois policiais balearam um garoto da minha idade na zona norte de Manaus, o jovem sem antecedentes criminais e outro que além dos espancamentos o violentaram sexualmente, dois casos envolvendo dois adolescentes e um retrato de como o estado precisa preparar mais seus servidores em segurança publica para servir o povo.
Depois estava me perguntando várias e várias vezes, afinal de quem ter medo? Meus pais me ensinavam que não devia seguir conselhos de pessoas que não tinham pensamentos bons a respeito do próximo, que bandido e ladrão deve estar na cadeia e que não são exemplos a serem seguidos. Cresci e fico na dúvida, por que na verdade os homens de farda que devem nos dar mais conforto em relação a nossa segurança e exemplos de bom comportamento perante aos outros indivíduos humanos são os primeiros a me fazer me envergonhar da minha nação, pois todos temos uma parcela de culpa nesses retratos de covardia e tortura. Comecei a classificar os bandidos, os ladrões e vi que eles não tem cheiro, não tem cor, não tem classe social, não tem identidade, não tem profissão, não tem hierarquia, só sei que a todo dia eles roubam nossos valores, nossa família, e o mais importante, o nosso orgulho de ser brasileiro. Sinto desejo de ser pai, mas no momento sou feliz por ainda não ser, que se meu filho me perguntasse pai, quem são os heróis da nossa sociedade, eu iria responder a ele, não sei meu filho, pense apenas que você é o herói, que vai crescer, estudar e mudar os sistemas, a política, as corporação.
Que possamos refletir, afinal sonhamos com igualdade e não sabemos fazer o bem, sonhamos com políticos bons e elegemos sempre os mesmos, sonhamos com liberdade e não mas saímos as ruas para protestar e nos escondemos com medo, sonhamos com um Brasil mais igualitário e não sabemos criticar construtivamente, sonhamos com um futuro de Paz e não educamos nossos filhos para isso, sonhamos com obem-estar mas vivemos em guerra, mas para quem sonha não deixe de sonhar, e juntos vamos lutar para ver essa igualdade reinar.
Um Forte Abraço, José Rayan

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